Crônicas do Cotidiano

A individualidade e a Internet

João Carlos Lopes dos Santos



Já há algum tempo, alguém me perguntou se não estava farto de receber suas mensagens, endereçadas via e-mail. Respondi que jamais ficaria farto delas. Todas as mensagens que recebo dos meus amigos me são muito úteis. Disse-me que ouviu comentários genéricos a respeito do envio dessas mensagens, muito em moda nos dias atuais. Nesses comentários, diziam que achavam extremamente desagradável receber um monte de mensagens falando de amizade, alegria, tristeza, flores, amores, dores e religião – coisas da autoajuda, também muito em voga atualmente.

Já ouvi amigos dizerem que só usam o computador em suas atividades profissionais e que abominam receber mensagens que não sejam dessa área, o que sempre me soa como um despropósito. Mas...


Uma coisa temos de igual: a diferença

Há no mundo cerca de seis bilhões, setecentos e cinquenta milhões de indivíduos. Indivíduo vem de individual, daí individualidade. Assim, não há ninguém que seja igual a ninguém. Somos únicos! Por isso, cada indivíduo pensa e reage de forma singular. Recebemos mensagens de várias pessoas e delas nos chegam o elas pensam e agem, de acordo com as suas individualidades. É isso que faz a brincadeira ficar interessante e rica. Ora, aquilo que não nos interessa, temos todo direito de deletar.

Em tudo na vida há o bônus e o ônus. Com certeza, qualquer passo nosso requer dispêndio de tempo e energia. Contudo, não conheço nenhum outro tipo de mídia que supere essa troca de mensagens em termos de informação e conhecimento. Temos a tendência de sermos monotemáticos e essa troca de mensagens, decerto, quebra um pouco esse viés. Só gostamos e nos interessamos pelo que conhecemos. A troca de mensagens nos dá essa oportunidade. Ela nos apresenta novos assuntos e, depois, se nos interessarmos por eles, vamos pesquisá-los na própria internet ou, se mais profundamente, nas bibliografias pertinentes.


A comunicação se estabelece

Sempre me sinto enriquecido pelas mensagens que recebo e muitas vezes beneficiado profissionalmente. Vocês, por certo, já constataram que as pessoas dão preferência a encaminhar mensagens conforme a atividade profissional ou hobby daqueles que a recebem. Perdi a conta das vezes que usei, em meus laudos periciais, as informações que adquiri nos correios eletrônicos que recebi. É muito comum alguém me responder agradecendo uma mensagem que lhe chegou ao momento exato em que pesquisava a respeito. Isso aconteceu comigo várias vezes e cheguei a exclamar: esta foi Papai do Céu que me mandou!

Sempre ajo como um espelho: reflito a imagem que recebo. Uso a seguinte regra pessoal: quando a pessoa me envia mensagens, retribuo segundo seu presumível gosto e com a mesma intensidade. Tenho duas listas de endereços eletrônicos: a dos meus ‘Amigos Parceiros da Internet’, para as mensagens quase diárias, e a ‘Geral’, onde estão os e-mails daqueles amigos que não são tão assíduos na minha telinha, para as mensagens bissextas.

Temos sempre que, honestamente, expressar a nossa individualidade. Repasso apenas o que gosto e imagino que meus amigos parceiros da internet vão gostar. Se errar, que deletem e aprendam com o meu erro.


Prudência e caldo de galinha...

Ao repassar as mensagens, é traço de boa educação apagar o nome de quem lhe a enviou – posto que seja uma correspondência enviada a você e não também aos seus destinatários. Retire, ainda, os outros endereços porventura existentes na mensagem. Nas mensagens que tenham mais do um destinatário, proteja o e-mail de todos: trata-se de uma informação pessoal, só o próprio poderá fornecê-lo. Para tal coloque os e-mails dos destinatários em cópia oculta (Cco). Agindo assim, você estará também combatendo a disseminação de Spams na rede mundial e, por via de consequência, de vírus.

Sugiro que vocês continuem a me enviar aquilo que gostam e acreditem que eu possa gostar. O resto, meus amigos, é o resto...

 

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